Definição de botequim para o Jaguar, em entrevista para o jornal O Povo, de Fortaleza (aqui a entrevista completa):
Um bom botequim tem que ter principalmente um bom dono. Se o dono é chato já azeda. Tem que ter um garçom que te compreenda. Um garçom é quase como um caso que você tem com uma mulher. Só que é muito mais difícil achar um bom garçom do que uma boa mulher! (risos) Gosto do garçom automático. Aqueles que não preciso pedir, eles já sabem o que quero. Primeiro tomo um steinhager, depois uns cinco chopes, depois uísque, depois tomo um cafezinho e um Underberg, entendeu? (risos) Então, os frequentadores têm que ser profissionais também. Tem que ser um bar frequentado por gente do ramo. Amadores são chatos, com dois ou três chopes ficam de porre e começam a brigar, reclamam da conta. Porque faz parte: os bons garçons roubam você e você sabe que ele está roubando. Daí deixa ele roubar porque senão interrompe o processo. O amador também fala alto, pede para sentar na sua mesa... No meu livro tem um manual do Tom Jobim contra os chatos. Ele ensina que primeiro você tem que ficar numa mesa central, não encostada na parede porque o cara pode te acuar e você tá ferrado. Você tem que usar óculos escuros, porque o chato exige atenção pupilar e se ele pega você pelo olho acabou-se. O chato te cutuca e eu detesto que me toquem, entendeu? Fora os perdigotos que ele joga em cima de você, porque ele começa a falar alto e cospe pra todo lado. Também tem que ter um mínimo de limpeza no banheiro, mas não precisa ser muita não. Por exemplo, um dos melhores bares do Rio é o Bar Brasil: tem um chope fantástico, o melhor garçom do Rio, o Chico, que é um garçom automático. Mas o banheiro é um desastre.
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